O CAMINHO MAIS FÁCIL


Ficheiro:Rembrandt, Faust.jpg

Fausto, água-forte de Rembrandt.

Ao término de ler Fausto, percebi que não assimilei muitas passagens, mas gostei de ler o poema assim mesmo. A primeira leitura é fundamental, porque se desvenda uma vereda desconhecida, onde se pode encontrar algo fantástico.

Sempre tive medo de ser uma farsa, de ler somente resenhas e resumos dos livros e nunca lê-los realmente. Prefiro a ignorância a uma cultura superficial.

O poema é uma versão de Goethe de uma lenda alemã sobre um médico que faz pacto com o demônio. Na história do auto, o protagonista era um homem desgostoso da sociedade em que vivia e recorreu ao demônio Mefistófeles para viver num mundo repleto de prazeres.

Observei que no poema da ideia da escolha mais fácil para resolver os problemas, sempre foi apreciável no imaginário das pessoas. A tendência de o homem almejar o caminho mais rápido do que enfrentar os problemas sempre foi tentador ao longo dos tempos: Pactos para ficar mais inteligente e bonito, o lago da juventude, pílulas de felicidade e remédios que emagrecem rapidamente.

Tudo tem um preço e na moral da história o mais fácil e atrativo sai dispendioso no final. Fausto pagou muito prago ao fazer o pacto com Mefistófeles. Ao pensar sobre isso, comecei a ter a ideia de que o poema de Fausto é uma metáfora sobre a História da humanidade. Quantos Faustos e diabos existiram, originando guerras e mudanças no mundo.

Antes o do poema há o DIAÓLOGO PRELIMINAR entre o poeta, o empresário e o gracioso da companhia de teatro. Nesta parte, Goethe discute uma atual questão da arte no ponto de viste do artista e do empresário. O poeta deseja ser fiel a sua arte, mas o empresário e o gracioso argumentam que o sucesso e aceitação das pessoas são fundamentais para glória da sua arte. O artista sempre fica com este conflito de fazer o que gosta e a aceitação do público. Então, aparece um Mefistófeles que lhe oferece prestígio.

O caminho mais fácil sempre vai nos seduzir, porém será que vai solucionará nossos problemas? Essa é uma pergunta que paira no imaginário da nossa sociedade por várias décadas.




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