CONCLUSÃO, NÃO FUI CAMINHAR




"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota."

Aqui perto de casa ouço tiros de armamento pesado, parece que estou em uma zona de guerra. Este fato de perceber que meu direito mais fundamental da constituição( o direito de ir e vir) está sendo restringido, sinto uma sensação de desolação e abandono. Conclusão, não fui caminhar.

Tenho a consciência que meu relato não tem nada de especial e inovador, na verdade, agrega-se a muitos outros. Entretanto, preciso extravasar minha impotência em relação a essa guerra cotidiana que todos nós vivemos. Os tiros continuam e começo a ter um pensamento recorrente, que meu lar será invadido, não me refiro ao lugar que habito e sim minha família. Até escrevi um conto curto sobre isto por esses dias: “...Verifico as portas, elas precisam estar fechadas para ninguém entrar, mas, os ruídos de fora perpassam nas frestas das janelas. Tenho a sensação de que a casa está sendo invadida. Aos poucos, eles dominam tudo. Será que nunca ficarei seguro?” http://dudv-descarrego.blogspot.com.br/2015/07/aos-poucos-dominam-tudo.html

A violência não afeta somente as vítimas, inclusive, atingem as pessoas que convivem com as notícias sobre ela e vão criando um medo descomunal de sair de casa. Logo, tornam-se prisioneiras de si mesmas em fortalezas imaginárias, já que a tal segurança cem por cento não existe.  

Pois é, o mundo é absurdo e o que se dever fazer é sobreviver a ele com seu melhor e pior. Precisa-se ter consciência disto e saber lidar com as adversidades.

Os tiros continuam... Tomara que não haja vítimas inocentes nesta guerra nebulosa. Boa noite e que todos fiquem bem!


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Idéias do canário-Machado de Assis

A Menor Mulher do Mundo de Clarice Lispector

Preciosidade, conto de Clarice Lispector